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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Que Deus socorra os egoístas que são humildes...

Ele está com uma amarga pneumonia e com um excesso de secreção que está difícil administrar.
De nossa parte, estamos gastando sem parar, mas, tratando há 3 dias, os antibióticos  ainda não fizeram efeito. Olhamos para esse pequeno Ser e nos sentimos mais pequenos que ele pois não conseguimos cura-lo rapidamente. Ali fica claro o quão sutil é a linha da vida, principalmente a de um bebê de 8 meses..Temos dó, medo (já tinha me esquecido dessa sensação), desconforto, no entanto,  nossa premissa é que nós é que partiremos primeiro..
Estou sem dormir e trabalho roboticamente.
Da parte dele, parece que tudo continua azul. Há momentos em que a coriza não o ataca tanto e ele engatinha rindo. É um guerreiro como tantas outras crianças cujo organismo, ainda não corrompido, impõe a sua existência..
Nesse momento penso nas crianças debaixo da ponte, aquelas que fingimos que não existem, quando isso acontece à elas, como conseguem a cura?. Bem, um dia me disseram que Deus vela primeiramente pelos pobres e se isso for verdade, ficarei feliz. Todavia eu sei, no meu íntimo, que ele também socorre aos  egoístas que não sabem o que fazer....

sábado, 25 de setembro de 2010

O meu pé de Framboyant

Hoje, as 10:40 h na Rua da Integridade, de frente ao 3o poste, no 3o espaço, plantamos um Framboyant. É um programa do Convênio Unimed que visa aumentar a área verde da região. Recebemos o convite e lá fomos..O Francesco ganhou, inclusive, Certificado de plantio.
Ele não está muito bem, está com muita coriza, chiadeira e toma seu primeiro antibiótico, mas, mesmo assim, achei a idéia de plantar algo bom indispensável...
Ele não será dono da árvore, pois nunca fomos donos da natureza. Servimos a natureza e nos sentamos à sombra de suas árvores nos dias quentes, isso é um grande presente.
Fico também feliz porque são lindos os Framboyants, estão em várias telas a óleo, estão nas encostas de algumas estradas e em várias avenidas principais...É uma árvore robusta, cujas raízes podem carregar uma casa inteira, cheia de flores  vermelhas e essa que plantamos peço aos céus que fique cada vez mais bela..


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Somos as que ficaram...

O pai do Francesco anda reclamando de falta de grana e me perguntei: " Por que meu ex marido melhorou a situação financeira depois que se separou?" e "Por que meu namorado parece ficar pobre quando se aproxima de mim?" ..
Por um bom tempo pensei que atraio azar e engulo dinheiro pois as pessoas que ficam próximas se estão ricas parecem que empobrecem e se estavam sem muito dinheiro parece que ficam mais duras ainda. Mas, como eu teria me tornado esse Ser tão repugnante?
Porém, pensando aqui e ali, acho que descobri o segredo.
Fiz um levantamento do histórico de quando tal situação funesta começou. O dinheiro nunca dura muito desde que tive meu primeiro filho há 15 anos.
Recordei me que quando eu era solteira, e nem ganhava bem, tinha até Caderneta de Poupança.
Bem, agora entendo que filhos realmente devem ser muito bem planejados pois necessitam de múltiplos recursos..Também sei que tem gente que não ganha nem metade do que ganho e cria os filhos sem neura alguma. Dai surgem outras dúvidas..Nesse caso o que deve acontecer é que idealizamos a forma que as coisas devem ser e pagamos caro por isso..
Mas, por que toda mulher divorciada, com os filhos, fica mais pobre com relação ao progenitor masculino?
Acho que é porque quando se dá pensão os gastos ganham um limite, mas para quem recebe a pensão, mesmo somada ao salário, os gastos continuam em rotação por minuto..
Estatisticamente, homens e mulheres, sem filhos, têm mais dinheiro.  Todavia, homens e mulheres, com a guarda dos filhos, gastam muito mais e não conseguem acumular capital. Não só isso, perdem inúmeras chances de trabalho porque têm que direcionar trabalho ao lado das crianças e as profissões que pagam melhor, as vezes em outros Estados, não possuem espaço para crianças..
Principalmente nós, mulheres sós, ficamos literalmente para trás. Não podemos fazer especializações, buscar trabalhos alternativos, ler, andar na moda, o tempo é sempre pequeno. Assim, só podemos gastar e nos descabelar..Nós, que ficamos, intimamente aceitamos a condição natural de que alguém teria que parar o que estava fazendo para cuidar da prole.
Bem, eu olho para trás, lembro o tempo em que eu tinha dinheiro e não tinha filhos, mas também questiono se seria feliz tendo o trabalho que me faria justiça, o dinheiro para comprar um carro que não vazasse óleo e concluo que aos 41 anos, sem filhos, seria uma estrela desorientada..
Por fim, aprendi a arte de ser feliz não tendo muito dinheiro..

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O bravo é o que se adapta

Fomos ao pediatra ontem e ele não ganhou peso. Está com uma renite quase crônica, engatinha em todo espaço que vê e dorme pouco. Estas são algumas das causas oferecidas pelo profissional. No entanto, meu instinto diz a causa é a mudança de ambiente, ou seja, porque ele começou a ir à escolinha..
Nesse caso, precisando trabalhar, pouco posso fazer a não ser oferecer-lhe mais carinho..Sei que o ideal para qualquer bebê era ficar totalmente próximo, ou do pai, ou da mãe, até os 5 anos de vida e creiam se isso ocorresse as taxas de depressão em adultos despencariam no mundo todo, porém tenho a fórmula e não sei criar o remédio, então ele precisará enfrentar a mudança, essa desconhecida que nos agita como leite de caixinha. De meu lado, enfrento essa mudança, vendo a todos os menores como filhos e isso se dá no trabalho ou na rua..(vejo filhos por toda a parte!)
Dizem que todo momento de adaptação é também um momento de perdas, o que  é verdade. Nosso corpo sempre perde o que acredita não ser tão importante para conseguir vencer os desafios das mudanças..e nossa mente, embora as vezes com traumas, se torna outra e sempre perde um pouco do estabelecido ..
Doravante, por mais que mudanças possam doer, também sei que elas são imprescindíveis para todo e qualquer crescimento e só pararemos de crescer quando nosso cérebro começar a pifar com Alzeimer..
Na pré-história, provavelmente, o primata perdeu a comida fácil das savanas e teve que se adaptar. Por onde passava, comida e água não deveriam durar muito, do contrário, não teríamos tantos continentes povoados. Assim, nos adaptamos ao frio, ao calor, à fome, etc..Nosso gene mudou, nossas construções mudaram e hoje, felizmente, poucos viveriam apenas por comida, água e lugar seco para dormir..
Querendo ou não as mudanças sempre vem e o estático é apenas ilusão. Por isso, irei orar para que esse bebezinho, que não ganhou peso nesse mês, se adapte logo à uma de suas primeiras mudanças..

domingo, 19 de setembro de 2010

A sorte de nascer

As vezes penso se foi sorte ele nascer em minha casa onde passamos mais dias enfrentando crises financeiras, sem estratégias convergentes, sonhando em viajar com um carro que tenha injeção eletrônica e não precise limpar ou regular carburadores anacrônicos..Será que foi sorte para ele?
Então questiono a sorte. Ganhar na Mega, no bingo ou na rifa da escola é sorte?
A sorte tem uma conotação popularmente metafísica. É sorte quando o inesperado bom acontece. Todavia o inesperado não tem nada de metafísico, é perfeitamente físico, lógico e matemático..
O que deve ocorrer é que não temos tempo para explicar tal ângulo matemático e tudo que não explicamos recebem apelidos..
Por fim, creio que todos têm sorte porque nossa vida não segue a exatidão da formalidade convencionada. Ao contrário, segue a lógica perfeita do não-estável que é a matéria do qual tudo é gerado . Matemática não é nada convencional, talvez Pitágoras tenha descoberto isso e por isso santificou os números..

sábado, 18 de setembro de 2010

Aniversário de 8 meses

Parece que foi ontem
Eu não sabia quando você começou em mim
Eu não vi as células se transformando
Só senti
A surpresa,
O movimento,
O primeiro choro
A vida vai muito além do que eu pude ver...
Espero que o sopro vital continue em seus pulmões até você se transformar em um belo carvalho
Cuja força fui eu quem impulsionou..
Mãe é uma translúcida viajante..

 



Enfim um pouco de repouso..

A gente corre, corre e corre, no entanto, sempre soubemos que a tendência do movimento é o repouso, aliás, as vezes, repouso é o único luxo sonhado..

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Esperança depois do ocorrido no WTC

Passou um documentário na Discovery, embora quase funesto pois explorava a dor alheia. Trouxe alguns depoimentos que serviram de lição..
Espero explicar a Francesco sobre essas coisas no futuro.
Minha experiência de vida até aqui me mostra que fazer o mal proporciona um prazer momentâneo e a posteriori, auto-questionável..Entretanto, quando se faz o bem, não aquele que aparece publicado e são coisas pequenas, como dar esmolas, mas aquele Bem que chegamos às raias de perdermos nossas vidas para salvar a de outros, é puro êxtase... 
Algumas pessoas que estavam no W.T.C. naquele 11 de setembro e salvaram alguém, não deram um depoimento dizendo que salvaram a própria vida e sim, deram um depoimento dizendo que salvaram outras pessoas..Disseram que a sensação de ajudar o próximo é tão boa que compensou a suas existências e que isso é tão sacro-santo que decidiram sempre ajudar alguém..
Pelo visto servir ao próximo é realmente servir a Deus e a sensação é melhor do que a de ter um orgasmo..
Somos todos egoístas por natureza, desaprendemos a andar em grupo, fomos expulsos do Éden,  porém, quando redescobrimos o caminho de volta, descobrimos que pouca coisa vale a pena e ajudar o próximo valida nossa essência. Passamos a vida toda brigando, sendo que muitos de nós já se condicionaram à crueldade, entretanto, por fim, descobrimos que tínhamos coisas melhores para aproveitar o tempo..
Infelizmente, nós, não evoluídos, temos que esperar pela dor para descobrirmos como não ter mais dor.
 Francesco ralou o nariz no rack da TV, porém sei que irá passar..

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Cartório, carro, professora de matemática: Eu quero dormir!

Pensei que iria começar o diário de hoje falando sobre o 7 de setembro passado que nos deu uma relativa trégua na seca e foi um dia chuvoso, aliás tem coisas que, por mais que o mundo finja mudar, não mudam nem na aparência, porém não será disso que irei falar. Embora nunca tenha visto uma data de desfile sem chuvas, hoje o assunto é a assustadora correria do dia-a-dia que acho que só acabará quando eu estiver velhinha..
Depois de dormir 4 horas, acordo as 6:00 h, levo as crianças mais velhas à escola, levo o Francesco à escolinha que chora (ainda não inventaram fórmula mais esdrúxula de acabar com o dia de uma mãe). Depois, como terminei (ufa!) a faculdade de Pedagogia e tinha documentos a entregar, fui autenticar o meu histórico e fiquei quase 1 hora no cartório porque um individuo que estava na minha frente levou um processo inteiro para autenticar. Sai enfurecida com a espera e vi que tinha faltado um comprovante. Voltei em casa, já eram 10:40 m,  rumei para Rio Claro, entreguei os documentos, voltei para Americana, vi um caminhão tombar ( o que me traumatizou), cheguei na porta da escola das crianças mais velhas as 12:45 h e elas já estavam enfurecidas pois saem as 12:00 h. De lá, peguei o Francesco na escolinha,  fui comprar algo para os mais velhos comerem (o menor já tinha sido alimentado na escolinha)..
Tentei tirar um cochilozinho, deitada na sala com o pequeno...mas, não mais que de repente, ele bateu o nariz num rack e se machucou..Quando olhei para o relógio (meu inescrupuloso cúmplice) já eram 16:00 h e eu ainda tinha que levar a Letícia na profa. de matemática que fica do outro lado da cidade e pagar o aluguel que fechava as 18:00 h. O bebê já havia dormido.
Todavia estava me esquecendo, estava com o carro do pai do bebê e também tinha que devolvê-lo e eis que ele liga querendo o carro. O meu tinha ficado no prédio dele.
Fui com a Letícia no Prédio dele, deixei a chave do carro dele com o porteiro (o bebê ficou com o Caio) e no meio do caminho para a aula de Matemática, ele liga:
- Cadê o carro?
Nesse momento eu gritei:
- Por que não procura saber com o porteiro?
E ele grita mais ainda:
- Ah você deixou a chave com ele, mas por que não me avisou? Eu estou aqui esperando!!!
Desconversei e finalizei a conversa, afinal eu estava no trânsito das 18:00 h..
Voltei em casa, olhei Francesco, voltei para buscar a Letícia e cheguei de volta as 18:52. Dai fui para o trabalho, retornei as 23:00 h e quando vi meus filhos maiores estavam sem janta e eu não teria combustível para sair para a rotina amanhã cedo..
Sai as 23:30 h para comprar um lanche na única lanchonete aberta na região, abasteci..e cá estou, são 24:30. Desde o final da tarde não vejo meu pequeno Francesco acordado e para mim isso foi isso que tornou meu dia triste..

   

     

sábado, 4 de setembro de 2010

A primeira escolinha

No último dia 01 comecei a trabalhar. Foi muito complexo pensar em onde deixa-lo enquanto eu estiver fora.
Tentei pessoas para trabalhar aqui no período da manhã, mas a maioria ou achava o horário de entrada às 6:00 h cedo demais, ou, queria que eu o levasse para sua casa, ou, me perguntavam assim : "Ele dorme bastante, é?"
Na verdade, acho que ninguém estava muito afim de trabalhar.
O problema de se ter uma babá é que, com tantas imagens inusitadas que a mídia mostra, temos medo de que nossos eternos bebês sofram maus-tratos..Obviamente, não são necessariamente babás que podem hostilizar bebês, pais também podem. O pai de Beethoven foi um exemplo de tirania contra a criança, contra o próprio filho e deixou marcas que o músico foi obrigado a carregar, inclusive, na velhice.
A próxima opção foi a Creche pública, porém não tinha vaga para meu pequeno, aliás estava com sobrecarga de bebês. Parece que por mais que os governos construam creches e escolas, sempre nascerá mais gente e é estranho porque as estatísticas revelam que o número de filhos diminuiu por casal.
E a última opção foi a escolinha particular. Fui numa primeira, a escola era linda, muitas crianças sorridentes mas não gostei do carisma da dona do estabelecimento..Bem, se estarei pagando R$ 320,00 das 6:00 h às 12:00 hrs,  quero que eu e meu baby sejamos tratados como Nefretiti e Ramissés, além do mais não gosto de pessoas que falam rápido e em tom ríspido...
Passei então para a 2a escolinha. Nessa, a dona do estabelecimento é psicóloga e me tratou amorosamente. Então, já que teria que pagar, optei pela mais simpática..
Deixei-o lá no primeiro e segundo dia e parece que ele gostou. Apenas ontem não quis entrar e eu tive que ver, pela terceira vez, um filho meu chorar ao se separar de mim para que eu trabalhasse..
Bem, espero que ele crie um vínculo lá e de lá agora não saia mais pois para as crianças bons vínculos emocionais são a garantia de um adulto feliz.
Quanto à mim eu agora o vejo somente no período da tarde e depois das 23:00 horas. A noite ele fica com a Letícia, que embora tente conciliar internet e serviço de babá remunerada, permite que ele fique em seu próprio ambiente..
Difícil a conciliar obrigações matriarcais dentro da sociedade industrial..
Em pensar que um dia tive 15 anos e estava sozinha, ouvindo rock e olhando para o teto no escuro de meu quarto..