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sábado, 5 de março de 2011

Reminiscência da porradoterapia...

Francesco agora anda por todos lugares e tenta colocar a mãozinha em tudo. Várias vezes espalha tudo pelo chão, quebra coisas. Numa dessas sumiu, por três vezes, três cartões de débito e crédito consecutivos, que eu deixei na carteira e em local baixo..
Ele não foi para a creche de manhã e a tarde porque a irmã mais velha aceitou ficar de babá no período da manhã e da tarde..A noite tem uma outra babá que vem duas vezes por semana..Concluindo, é bem difícil ver minha casa em ordem ..
Esse deve ser o ano da criança para mim pois também comecei a lecionar para as 6as séries e estas crianças gritam e se movem sem parar...
Para saber lidar com essas novas situações, revisei o passado e tentei repescar algo proveitoso. Quando a gente não sabe muito sobre novas situações, as vezes o passado ajuda..
Dai me lembrei de como era ser criança no final da década de 70 e adolescente na década de 80..
Lembrei-me da "educação pelo medo". A gente apanhava em casa dos pais porque eles acreditavam que deveríamos ser quietos e comportados com 10 anos e a gente apanhava do professor também porque ele queria que a gente decorasse a  Caminho Suave e queria que as tarefas fossem feitas sem erros com belas caligrafias. Obviamente, o silêncio deveria ser o líder da sala.. 
Nunca tive um amigo daquela época que já não tivesse "experimentado" a cinta, o chinelo e mão pesada de um adulto..
Crianças da idade do Francesco levavam tapas nas mãos se pegassem objetos de adultos..
Quando as "artes" continuavam, mesmo com o tratamento de choque, então diziam em casa e na sala de aula que aqueles "mal-criados" deveriam ser  "patologicamente loucos" ou irião virar bandidos..
Lembro-me de um livro, o de José Mauro de Vasconcelos, "O meu pé de laranja lima", onde Zezé só deixa de apanhar quando fica doente..
Dai os tempos mudaram, entrou mais diálogo..e agora temos o ECA e o presidente, que no ano passado, proibiu até os beliscões...
Tanta pancadaria, para no fim ver o mundo dos negócios atual chamar aqueles alunos do "fundão" e os filhos rebeldes das décadas passadas, de "pessoas com iniciativa". Aliás, foram os que não ficaram mudos e inertes por medo, que se destacaram no mundo como engenheiros, ou, donos de oficinas mecânicas, ou, esportistas..
Hoje, alguns educadores, dizem que a coisa ficou "aberta" demais e que não há mais controle sobre as crianças..
Caímos no outro pólo?
Bem, talvez o problema seja que até hoje o Ser humano, capaz de compreender aramaico e cabala, ainda não tenha descoberto a verdadeira linguagem da criança e o problema consista na errônea comunicação, ou no distanciamento de qualquer tentativa dessa..
Nunca criamos terapia melhor que não fosse a da linguagem, mas é tão difícil domina-la..
Bebês tem linguagem própria e universal, assim como crianças e adolescentes..
O movimento, a energia, a resistência aos adultos é parte do conhecimento deles e é tudo que não compreendemos..Já fomos um deles, porém, esquecemos tudo..
Doravante a pesquisa pelo passado me ajudou a entender porque alguns adultos são tão intolerantes..

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