O paradigma da vovó sentada na cadeira de balanço
Aquela senhora que nossa geração ainda lembra, de cabelos grisalhos,
óculos na ponta do nariz, vestido largo, chinelos, xales e fazendo
tricôt numa cadeira de balanço está se extinguindo. As ultimas ainda podem ser vistas, mas provavelmente não durarão mais do que 15 anos.
O motivo da extinção são vários:
- Melhora qualitativa, principalmente no estilo de vida da mulher, já
não precisa trabalhar tanto embaixo do sol, já não precisa ter muitos
filhos, já não passa tantas necessidades
- Inovação tecnológica em
medicamentos preventivos e maior número de informações, inclusive dada à
relativa democratização de conhecimentos pela internet, sobre saúde.
- Prolongamento da vida útil, principalmente sexual...No final Freud
sempre esteve certo...pois quando vamos perdendo a capacidade de sentir
prazer sexual...é porque tb estamos envelhecendo e morrendo...
As
novas vovós, serão incrivelmente mais vaidosas. Poderão usar óculos, mas
como serão ainda ativas sexualmente, não irão deixar o narcisismo de
lado e não terão tempo para se sentar e ver o resto da vida
passar.......
Isso sem contar que novos medicamentos com hormônios,
capazes de repor o que a idade tira, estão em franco desenvolvimento e
daqui 20 anos...pode ser q só se entre na menopausa com 60 anos ou mais
(já tem mulher entrando apenas com 55 anos)..Eu penso que no futuro
ninguém mais terá a aparência de um idoso....
Mas.......aquela
simpática vovó da cadeira de balanço, já cansada, com dores, talvez leve
uma vantagem: Aprendeu a ser feliz com pouco, a sorrir com pequenas
situações.....Aprendeu a valorizar uma visita, aprendeu que todas as
pessoas devem ser ouvidas e que o tempo merece ser divertido.
Ao
esticar o tempo, podemos esticar seus problemas graves também. Aquelas
vovós já não se angustiam com amores que as rejeitaram. Já não têm
depressão porque pensam nas misérias do mundo......
Algumas angústias também serão prolongadas daqui para frente...
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